A Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), por meio de uma parceria com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) e a contribuição da empresa Neon Química, iniciou, no último mês, o Projeto de Compostagem, que visa reduzir os impactos ambientais gerados pelo descarte incorreto de lixo orgânico no município mogiano. A proposta de educação ambiental é executada por universitários do curso de Química e comtempla os espaços do Parque Municipal Leon Feffer.
Os resíduos orgânicos representam metade dos resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente. Se mal geridos, os lixos orgânicos podem representar um passivo ambiental aos municípios.
A compostagem, no entanto, traz ótimas soluções para o destino de resíduos orgânicos, além de ser importante para a prática da educação ambiental. Portanto, para contribuir com a redução do lixo orgânico produzido na cidade mogiana e como forma de sustentabilidade, a UMC e seus estudantes do curso de Química, em parceria com a SVMA, iniciaram um Projeto de Compostagem que se baseia-se na confecção de composteiras com a utilização de minhocas.
A confecção destas composteiras foi feita com três baldes reutilizáveis e com capacidade de 20 litros cada um, sob orientação do professor Fabiano de Souza Palgrossi. Esta é uma técnica que pode ser aplicada em residências, escolas, empresas, áreas comuns de prédios, locais públicos, entre outros espaços. “As minhocas têm por função acelerar os processos de reciclagem dos resíduos orgânicos e, consequentemente, a matéria orgânica se transforma em húmus. O húmus é um adubo orgânico rico em nutrientes essenciais ao solo. Além do húmus produzido, é possível coletar o chorume gerado no processo, que é o líquido poluente formado pelo acúmulo de dejetos. O chorume, quando diluído em água, age como um biofertilizante”, explicou o professor.
A proposta ainda teve a contribuição da empresa Neon Química, de Suzano. A fábrica de reagentes analíticos e matérias primas, fez a doação de um reativo importante para que a equipe pudesse fazer a análise dos biofertilizantes que estão sendo produzidos nas composteiras.
A instalação das composteiras ocorreram no Parque Municipal Leon Feffer. Periodicamente, os estudantes de química farão a manutenção e o recolhimento do chorume produzido. Em seguida, o líquido poluente será analisado pelos universitários nos laboratórios da UMC. O espaço foi escolhido para a instalação das composteiras, porque apresenta uma excelente estrutura física para o desenvolvimento deste projeto. Após a caracterização do chorume produzido, a equipe vai aplicá-lo na vegetação local do parque e envolver os alunos do curso de Ciências Biológicas para acompanhar e analisar o desenvolvimento da vegetação as quais receberam o biofertilizante produzido no processo de compostagem.
A professora Tatiane Faustino, coordenadora dos cursos de Química e Ciências Biológicas da UMC, comenta que, “com este projeto, conseguiremos conscientizar os nossos alunos sobre a importância do reaproveitamento dos resíduos orgânicos e da preservação ambiental, desenvolvendo neles a capacidade crítica e o senso de responsabilidade, formando cidadãos conscientes e motivados para ações sustentáveis, o que corrobora com a missão da nossa Universidade”. Ela ainda detalhou as ações dos alunos: “Diversas habilidades acadêmicas e sociais estão envolvidas neste projeto. Podemos citar alguns como: produção de compostos orgânicos de qualidade para fertilizar o solo, melhorando a qualidade da vegetação e evitando a utilização de adubos sintéticos; contribuição para a formação de consciências, ações, atitudes e capacidades que estimulem os nossos alunos a desenvolver atividades sustentáveis; melhorar a qualidade de vida do município, destinando corretamente os lixos orgânicos e evitando problemas decorrentes da má gestão destes resíduos”.
Para o Diretor da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, André Miragaia, a parceria possibilitou mais qualidade no trabalho de educação ambiental desenvolvido. “Os estagiários da UMC estão atuando ao lado dos técnicos da pasta para a criação de composteiras e minhocários. Este projeto é mais uma iniciativa do Circuito Escola de Educação Ambiental dentro do viveiro”, comentou.
Segundo o Engenheiro Agrônomo da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, Wilson de Souza Neto, “os materiais orgânicos oriundos dos serviços de poda das árvores e manutenções dos jardins, assim como os resíduos vegetais das feiras livres organizadas pela Secretaria da Agricultura no Mercado do Produtor, são a base de alimentos para a produção desses compostos”.
O Secretário do Verde e Meio Ambiente, Daniel de Lima, ressaltou a importância do trabalho dos estudantes de Química e de Biologia: “é uma parceria que gera excelentes resultados desde 2017, quando foi iniciado”.