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Projeto sobre abelhas nativas da FAEP/UMC recebe apoio de Furnas

Recentemente, o projeto de pesquisa “Abelhas Nativas: a busca pela sustentabilidade das comunidades agrícolas” da FAEP – Fundação de Amparo ao Ensino e Pesquisa, em parceria com a Universidade de Mogi das Cruzes, foi contemplado no edital de Furnas Social 2019.

O apoio financeiro de Furnas permitirá a compra de equipamentos de laboratório e informática. Vale ressaltar que o edital recebeu inscrições de todo o Brasil. Segundo a pesquisadora e coordenadora do projeto, Profª. Drª. Maria Santina, o fato de serem contemplados, diante da quantidade de entidades que buscou esses recursos, demostra a qualidade técnica do trabalho desenvolvido na Fundação e na UMC.

“Ocupamos um papel de protagonistas na região do Alto Tietê, esse projeto demonstra apenas uma das linhas de pesquisa da Fundação, que desenvolvemos nos laboratórios e no campo, com a participação fundamental da infraestrutura da pós-graduação em Políticas Públicas e do curso de graduação em Biologia da UMC”, informa.

PESQUISAS CIENTÍFICAS

A relevância do assunto é pauta de discussão entre a comunidade científica. De acordo com os dados da ONU, mais de 500 milhões de pessoas estão em situação de desnutrição no planeta, o que é uma situação de extrema vulnerabilidade. Por isto, programas e políticas que visem aumentar a produtividade e renda dos pequenos agricultores são fundamentais.

Maria Santina explica que isto acontece sobre duas vertentes: “O aumento de produção dos agricultores familiares irá gerar o sentimento de pertencimento e os filhos desses lavradores não irão querer sair de suas terras; e o manejo das pequenas propriedades normalmente é realizado de maneira a conservar a estrutura do solo e a biodiversidade do local, com isso, ocorre o controle de pragas e outros tipos de doenças, fazendo com que o cultivo seja produtivo e sem o uso de insumos agrícolas como fertilizantes e agrotóxicos”.

Desta forma, a fauna, especialmente de polinizadores será preservada. As abelhas, assim como outros polinizadores, são responsáveis por grande parte da produção agrícola mundial, pois cerca de 73% das espécies dependem de agentes polinizadores. Neste cenário se encontram as abelhas nativas, que são responsáveis pela polinização de muitas plantas endêmicas. Por exemplo, em áreas de Mata Atlântica, como a de Mogi das Cruzes, temos o cambuci, que é polinizado por uma espécie de abelha nativa.

O cambuci representa uma fonte de renda para diversos pequenos produtores no Estado de São Paulo, especialmente na região do Alto Tietê, onde formam uma rede de fornecimento da fruta e de seus derivados. Sem abelha nativa não haverá o fruto, mas a maioria desses agricultores não tem conhecimento biológico sobre esse processo. Diante disso, os agricultores também não possuem conhecimento sobre a importância de manter as condições adequadas para a sobrevivência das abelhas nativas.

Assim, o projeto da FAEP, por meio da UMC, visa trabalhar com as pequenas propriedades do Alto Tietê, buscando analisar a paisagem das áreas de mata no entorno da propriedade, identificar as plantas e as abelhas nativas para propor formas de manejo para o agricultor. Neste projeto, segundo Maria Santina, ainda se soma o apoio dos pesquisadores Renata Scabbia e Ricardo Sartorello, e também dos alunos de iniciação científica e mestrado.

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