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Professora de psicologia da UMC fala sobre os tipos de violência contra o idoso

A violência física é apenas uma das agressões contra os idosos, alerta a especialista

Esse mês é marcado pelo Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa. O assunto é complexo e traz à tona uma discussão importante.

Segundo dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) feito em 2010, no Brasil, existem quase 20 milhões, o que representa 11% da população. As projeções mostram que em 40 anos o percentual de pessoas idosas deve triplicar no país, aproximando-se de 29,7% da população.

De acordo com a professora da UMC e Doutora em Psicologia como ciência e profissão, com atuação na avaliação psicológica e desenvolvimento humano (envelhecimento), Adriana Aparecida Ferreira de Souza, a violência contra os idosos na maioria das vezes acontece dentro de casa e ele quer proteger os familiares, ou seja, acaba sofrendo calado.

Segundo a especialista, são pequenos atos que configuram esse processo de violência, que não é apenas física, como muitas pessoas pensam. “Há a agressão financeira, filhos que se apossam da aposentadoria ou pensão, que fazem empréstimos consignados em nome do idoso, a violência emocional, por exemplo, aquela pessoa que fica viúva e os filhos não a deixam ficar livre e ela vive aprisionada. Tem também uma forma de violência que não deixa a pessoa decidir o que quer pra vida dela. Às vezes ela quer ficar na casa dela e os filhos a levam porque acham que vai estar mais segura com eles sem considerar a opinião do idoso. Ainda podemos citar a violência sexual, abandono e autonegligência, quando o próprio idoso não se cuida”, elenca.

A professora conta ainda que existe um Manual de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa, que traz o contexto sociodemográfico, situações de violência e estratégias de ação. Já sobre os aspectos psicológicos, ela cita: “A gente percebe psicologicamente que quando o idoso sofre qualquer tipo de violência se torna deprimido, às vezes fala que tem uma tristeza e não consegue expressar o que está acontecendo”, explica.

Adriana ainda dá algumas orientações sobre onde denunciar. “O primeiro local a ser procurado é a Delegacia do Idoso. Lá tem atendimento às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, dão orientações e encaminhamento à denúncia”, finaliza.

Em Mogi das Cruzes, o telefone da Delegacia de Proteção ao Idoso é o 4790-2818.

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