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Neste mês, Cineclube dos Cursos de Comunicação exibe a arte e o feminismo de Jane Arden

“Você não pode pedir às pessoas que expliquem como se sentem e colocá-las constantemente para baixo”, diz uma das personagens de “The Other Side of the Underneath”, um dos longas-metragens que o Mimese, Cineclube dos cursos de Comunicação Social da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), traz neste mês de maio, inteiramente dedicado à apreciação, estudo e reflexão sobre a obra de Jane Arden na sétima arte.
As sessões do Mimese ocorrem nos dias 4 e 18 de maio, sextas-feiras, às 14 horas, no Auditório do Centro Cultural, com entrada pela Portaria 1, com legendas em português e sempre seguidas de debates com os frequentadores. A curadoria é do professor Guillermo Gumucio.
No dia 4 de maio, o público assistirá ao longa-metragem “The Other Side of the Underneath”, já no dia 18, será a vez de “Anti-clock”, o menos convencional e mais hermético dos longas-metragens da parceria entre Jane Arden e o produtor e diretor Jack Bond.
Em “The Other Side of the Underneath”, a vaga narrativa permeia sessões de terapia de mulheres internadas em um hospício e faz referência ao feminismo tão heterodoxo quanto sofisticado que tanto caracterizou toda a trajetória da artista. Muito mais do que um experimento em cinema, o filme é uma jornada pelas disputas que Arden travava consigo mesma e com a sociedade há anos, um exercício de análise e autoanálise como poucos. O filme também ostenta a significativa e histórica marca de ser o único longa-metragem britânico dirigido por uma mulher em toda a década de 1970.
A atriz, diretora e autora de teatro começou, no fim da década de 1968, a levar alguns de seus textos para o cinema e após a restauração recente de seus filmes pelo British Film Institute, o interesse na sua obra vem crescendo com a qualidade e o vanguardismo que ficam mais evidentes a cada mostra e retrospectiva.
Jane Arden se expressou de diversas formas e em vários campos artísticos, disse muito sobre como via o feminismo em plena revolução sexual das décadas de 1960 e 1970 e colocou em cheque o tratamento psiquiátrico da época, mas nem por isso conseguiu evitar ficar “pra baixo”: em 1982, após anos de críticas negativas que não se justificavam, a artista do País de Gales tirou a própria vida, aos 55 anos, deixando um legado precioso em teatro, televisão, e cinema.

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